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quarta-feira, 18 de junho de 2025

Carne de pescoço

    O pescoço enrijeceu. É um sinal do fim dos tempos? Está tudo tortuoso desde que me tornei fraco para uma só bebida. Querer ser feliz diante do álcool, depressor do sistema nervoso, exige situação adequada: amigos, amantes, afins. Nada disso existe aqui. É deserto. Há apenas a bebida, corolário, descendo e voltando pelo corpo, tal qual o exercício do trapezista. Enquanto isso, desespera-se pela atenção. Conversa hipotética sobre a conversa hipotética com aquele ou aquela que não receberá seus dados escritos. Saiba, é por não saber desencadear e então decidir, na razão humana, ser cachorro procurando o rabo infinitamente num círculo, num oito, num ponto. Cobra que come cobre e devora em partes o desejo. Sem desafios póstumos, sem recomeço.

domingo, 23 de março de 2025

Óculos

    Estou de olho em você. Estou de olho em vocês dois! Pla-To-Ni-Ca-Men-Te. Pois se pudesse, abocanharia. NHAC! E quando o dia cai feito Belzebu sobre a igreja, tapando a crença com a dúvida, me pergunto: Kaspar Hauser, se adulto, seria consumido pelo furor do desejo? Lobos loucos solitários em salas grupais rodeiam olho-rabo o caminho infinito que forma círculo e vira ponto. Acaba-se assim a História?