Inscreva-se para acompanhar as publicações deste blog.

sábado, 1 de junho de 2024

Voz

1. Voz.

    Faça a ginástica.

    Não é indigno de se pensar ao perdê-la, a importância de exercitá-la, contê-la, extraí-la. Essa voz amarga que cresce, gravita, pesa...

    Quando é feita a ginástica, o canto torto do músculo enrijecido, se destaca que foi criança negligenciada, crescida e firmada no mundo com independência. Sempre é. Mais do que alienar o corpo, se aliena a voz - a voz que carrega a mente, que é face da ideia, é articulação do horror. Sempre minuciosa em sua expressão, minúscula em sua presença. O maior grito ainda é mínimo para o mundo, porém o som ressoa além da estratosfera. No ar que se respira tem voz, tem grito, tem sussurro. Tem a fragrância de uma frequência na música destilada, diluída e transparente. Físico-química. Um ponto que se junta a outro. Sintético ou Orgânico.

    Voz.

    Permita ser vocalizada.

 

2. Com aquele olho foi pensado no tingir do mundo. A Íris e a Esclera e a Pupila. Carregam mil cores que influenciam a maneira em que o de fora é visto.

    Entra e é moído feito carne triturada, feito a cenoura que se mastiga. Assim se faz a informação, o que você condena e o que adora.